domingo, 28 de junho de 2009

Bocaiúva do Sul - PR, Vida de interior....


É uma experiência única conviver com pessoas que vivem (nasceram) no interior; não são urbanos. Eles têm características próprias. Na área urbana, as pessoas de uma mesma família dispersam-se. Na área rural é mais fácil encontrar membros de uma mesma família, vivendo num raio de distância muito pequeno. Na minha última ida à Bocaiúva do Sul, fui convidado para jantar. Recebido como o mais importante da festa, afinal eu era o visitante, o diferente. Era um jantar da família, que somavam umas 30 pessoas. Soube ali que isso era no mínimo mensal e que todas as datas festivas eram motivo para a reunião. Pessoas simples, mas trabalhadoras. Ali tinha carne de vários tipos, um gostoso risoto* e muita bebida (porém ninguém alterado). Tudo foi muito delicioso. Como é normal e uma forma de aceitação, fui convidado para conhecer a casa, o que me pareceu uma honra.... muito diferente....

Há uma outra família, a do Paulo Bernardi (vereador de Bocaiúva) e da Dirlei Bernardi; essa já tenho mais liberdade. Vejam a "tuia" da casa deles, os embutidos.
É muito comum entre eles os mutirões (grupo de pessoas que realizam uma tarefa na propriedade de um deles). Quase como numa cooperativa. Uma forma de vencer desafios que só não seria possível.
Percebo que aqueles que têm uma herança, uma etnia européia, pelo menos os que conheci aqui no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, são pessoas que vivem com conforto e com qualidade de vida superior aos urbanos.
Eles trazem traços culturais fortes, proporcionando um empreendimento de sucesso. Leia-se aqui, sucesso: uma vida bem sucedida.
Nesse dia o mutirão era para a produção de embutidos, já que tinham abatido um porco que estava na "engorda".
Por falar em embutidos, meu amigo Hélio Lunelli trazia lá de Rio Negrinho - SC., um tipo de linguiça defumada que era "um negócio". Trouxemos muitas vezes. As crianças cortavam o gomo em rodelas e as colocavam no microondas (forno), deliciando-se, pois eram muito saborosas.
Era produzida por um agricultor que tinha essa tradição, algo bem conhecido na região. Muito disputada era a sua produção. Nós encomendávamos para conseguir. Pois não é que alguém o denunciou para a Vigilância Sanitária ? Ele ficou muito frustrado e nunca mais fez a linguiça; pelo menos para nós. Possivelmente para um círculo mais íntimo de pessoas.
O ponto que eu quero abordar é esse: o controle demasiado da sociedade sobre os cidadãos, com a justificativa de "protegê-los". Isso é um traço de um regime ditatorial, penso eu. Quanta "porcaria" compramos no supermercado com a aprovação da Anvisa ? As pessoas (do interior) continuam a consumir produtos saudáveis e a ter uma vida saudável!
A banha de porco (um horror para os nutricionistas e endocrinologistas) continua a ser usado e é muito importante na dieta desse povo que precisa de muita gordura para ser queimada....

Um comentário:

daniel disse...

tambem gosto de bocaiuva, e tenho tios que moram no BORGES,DEPOIS DA ESTIVA.